Garopaba,
10 de julho de 2020.
Cultura no
Brasil Colonial
Entre outras coisas, a cultura desenvolvida no Brasil durante o período
colonial foi resultado da mistura entre costumes europeus, indígenas e africanos.
Um bom exemplo disso pode ser expresso por meio da culinária. Os alimentos
consumidos pelos índios, como a mandioca e o milho, passaram a fazer parte da
dieta dos colonizadores portugueses, que, por sua vez, trouxeram o hábito de
comer carne bovina.
A
fim de se aproximar dos índios para catequizá-los, os padres jesuítas aprendiam
as línguas faladas por eles e lhes ensinavam o português, daí ser a mistura
inevitável. Com as línguas faladas pelos africanos não foi diferente, o que acrescentou
ainda especificidade no português falado no Brasil.
Palavras como cipó, piracema, abacaxi, Catanduva, Araraquara,
jabuticaba e pipoca são alguns exemplos de palavras de origem indígena,
enquanto senzala, vatapá, samba, moleque, batuque, cafuné e caçula são exemplos
de palavras de origem africana.
A
religiosidade foi outra marca importante da cultura brasileira no Período
Colonial. E também nesse quesito, a mistura de tradições foi muito forte.
A
Igreja Católica, aliada da Coroa portuguesa, encontrou bastante espaço para
atuar no processo de colonização do Brasil, o que implica entendermos, por
exemplo, que um colono, para receber terras e se configurar como tal, tinha de
ser obrigatoriamente católico.
Sendo assim, pessoas de
outras religiões ou de outras crenças distintas daquelas pregadas pela Igreja
Católica não eram bem-vindas ao Brasil, pois corriam o risco de serem
perseguidas pelos membros do clero católico, ou até mesmo pelo Tribunal da
Inquisição, cuja presença oficial em terras coloniais foi registrada três
vezes, sendo uma no final do século XVI, uma na primeira metade do século XVII
e outra na segunda metade do século XVIII.
Os cultos aos santos
por meio das irmandades e confrarias representavam espaços de sociabilidade
entre os africanos que viviam no Brasil, construindo importantes vínculos de
associação entre eles. A congada é um exemplo de confraria religiosa leiga
surgida no Brasil colonial, cuja existência permanece nos dias atuais.